sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Lápis x Câmera, por Ben Heine

Segui a dica do blog "Ensaios", do portal Olá, Serra Gaúcha, e conferi o trabalho do artista gráfico Ben Heine. Nascido na Costa do Marfim e vivendo hoje na Bélgica, o cara faz criações realmente impressionantes, com destaque para as ilustrações sobrepostas em fotografias, que integram a série "Pencil vs Camera" (algumas estão reproduzidas abaixo).

Vale mesmo a pena dar uma olhada. Repassando: http://www.benheine.com/








Arte: Ben Heine

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Ensaio: Pássaros

Por pouco mais de uma hora - antes e depois de minha aula vespertina no Campus Universitário da Região dos Vinhedos (Carvi) -, "persegui" estas aves. Como prêmio, algumas belas imagens e o ataque de uma coruja, que deu um rasante e me golpeou na cabeça. Por trás, a covarde.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cena noturna


Mais uma estreia: agora em longas exposições. A foto mostra, principalmente, a área central de Bento Gonçalves, captada do terraço de um hotel. Resultado do uso de tripé, obturador no modo bulb, com controle remoto, f/4, ISO LO1, e exposição de 6,8 segundos. E "um pouco" de sensibilidade do fotógrafo. Aliás, gosto muito mais da beleza da cena do que dos (necessários) detalhes técnicos.

república do peito meu

tantos amores hão de fincar
bandeira em meu peito
antes que a morte silencie minhas tardes.
e mesmo aleijado de alma
seguirei amando,
teimoso que sou.

até o derradeiro sorriso,
insisto em desenhar o meu mundo.
quando o vento já puder cortar
o meu corpo,
restará então a geografia do que foi
um sentimento: ruas sem nome
e casas que moraram em mim
serão o mapa do meu país de lembranças.

e venham outros tempos
talvez
em que as dores sejam cometas
e não mais estrelas.

sábado, 2 de outubro de 2010

A música em imagens

Abaixo, algumas fotos minhas produzidas durante a II Semana da Música de Bento Gonçalves, realizada pela Fundação Casa das Artes, onde estagio.
Quis transmitir um pouco da emoção da música, ainda que aqui sem o principal: o som. Mas acho que consegui, são imagens que falam (ou cantam) por si.


Tom Zé

Oscar dos Reis

Lucio Yanel

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Gatos", um filme de Jorge Bronzato Jr.

Produzido, dirigido, filmado e editado por mim, com meus gatos como atores. Minha estreia. Postado aqui em uma resolução inferior. Espero que gostem.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

!


"Nesse mundo, a gente tem que ser feliz nem que seja por vingança",

Jiddu Saldanha, figuraça (fotografado por mim).

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Como o palhaço


Recuso convites. Tudo pela minha teimosia em querer parecer seletivo, difícil, antissocial e desapegado. Digo não, a princípio. Nem sempre, mas quase. Digo sim, às vezes, para surpreender.

Quando sou um não, é cheio de segundas intenções. Para que não me esperem, e eu chegue hora qualquer, quando já desacreditado. Para que me esperem, sabendo que chegaria, e eu nunca apareça.

Meus nãos, às vezes, têm gosto de arrependimento. Não remorso. Sutil arrependimento. Muitas vezes porque eu canso de repetir esse truque já batido — e rio sozinho dele, quando o picadeiro volta a ser a casa da solidão. Como o palhaço que esguicha água de sua flor de plástico cravada na lapela. Mas, para ele, a brincadeira ainda funciona.
(... da gaveta)

domingo, 20 de junho de 2010

Viagem ao interior de si mesmo


"Onde vivem os monstros", com sua simplicidade extrema, é um dos filmes mais belos que assisti nos últimos tempos. Apesar de apelar para o irreal como forma de representar os tormentos que povoam a cabeça do garoto Max, a película é absurdamente humana. Pode ser infantil, com seus engraçados monstros, e pode ser profundamente adulta, o que me fez lembrar, inevitavelmente, o "Pequeno Príncipe".

Não trato aqui de fazer uma crítica ao filme, tampouco apresentá-lo como a "dica da semana". Não: assistam se assim o desejarem.

Apesar de explorar um tema bastante delicado - os conflitos interiores de um menino -, o faz de uma forma bonita. Não defendo a tese de que filmes, livros e qualquer outro tipo de arte tenha necessariamente que trazer, disfarçado em seu conteúdo, alguma mensagem ou ensinamento. Muitos dizem apenas o que realmente querem dizer e pronto. Mas, nesse caso, fica um sentimento de "vale a pena olhar para o lado de dentro". Ou, pelo menos, vale a pena tentar. É lá, às vezes, que está escondido o que insistimos cegamente em procurar aqui fora.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

E agora, José?



"E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?"

(trecho de "José", de Carlos Drummond de Andrade)
O português José Saramago, 87 anos e um Prêmio Nobel de Literatura na bagagem, partiu hoje para - cara a cara - enfrentar o grande embate a que se propôs durante sua trajetória no universo das letras: duelar com deus. Ou, talvez a esta hora, já esteja novamente a negar a existência do criador, dissertando à própria sorte em longos e não-convencionais parágrafos.
Saramago empurrou uma densa escrita goela abaixo aos que se aventuraram por seus livros. Não arredou pé e manteve seu estilo de frases intermináveis e pontuação incerta até o fim. Muitos não tiveram estômago para digerir seus textos. Tiveram seus motivos. Mas os que seguiram em frente, foram agraciados com verdadeiras obras de arte, levando-se em conta que a verdadeira arte está mais para confundir, inquietar, do que para explicar qualquer coisa.
Fui realmente pego de surpresa com a notícia. Saramago foi, lá no tempo em que eu estudava Letras, um divisor de águas. Mudei como leitor nas primeiras páginas de "Ensaio sobre a cegueira". E, assim, mudei como (quase) escritor.
Não me refiro necessariamente ao caráter contestador de seus escritos. Talvez o que me tenha arrebatado tenha sido justamente sua veia alternativa, seus rodeios, e tudo que não tenha dito quando esperava que dissesse. Penso que cumpriu o papel de se mostrar humano: contraditório, polêmico e inexato. E, agora, morto.
Mas José Saramago seguiu pela estrada que aguarda a todos nós para, hora mais, hora menos, se arrastar sob nossos pés. O homem vai. O legado fica. Para o bem ou para o mal.