segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Gostaria de ter escrito (1)

Para compensar a falta de obras autorais, crio  a partir deste post  a série "Gostaria de ter escrito". Invadido por assombrosa humildade, publicarei, de tempos em tempos, textos que eu invejo admiro, baseado em critérios incertos, desordenados e, por vezes, absurdos. Comecemos.


Enfim, um indivíduo de idéias abertas
Marina Colasanti

A coceira no ouvido atormentava. Pegou o molho de chaves, enfiou a mais fininha na cavidade. Coçou de leve o pavilhão, depois afundou no orifício encerado. E rodou, virou a pontinha da chave em beatitude, à procura daquele ponto exato em que cessaria a coceira.

Até que, traque, ouviu o leve estalo e, a chave enfim no seu encaixe, percebeu que a cabeça lentamente se abria.

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