segunda-feira, 2 de maio de 2011

Eu, pequenino, sigo o sol

Vejo o sol e o sol está lá: é o mesmo sol que iluminava meus pequenos olhos de criança, embora pareça menor. A vida, entretanto, mudou seu passo. Acelerou o tempo, atropelou-se, às vezes.

Quem ficou daqueles dias de sol enorme? O que sobrou?

Viver, até aqui, valeu a pena? Valeram os desamores, os insultos, os instantes de raiva que pareciam que nunca iam acabar, as mãos trêmulas, valeram as lágrimas, quentes ou frias?

O que eu esperava da vida? Que ela me transformasse em um herói da geração, que me sorrisse o tempo todo? Não. Agradeço pelos dias de confusão – agradeço por ter visto o feio para entender o que é o belo de verdade.

Vejo o sol e ele continua lá. Eu aqui, pequenino, em meio a seis bilhões de pessoas apressadas, sigo em frente. De certo modo, ainda vejo tudo com meus olhos de criança: o mundo é uma enorme folha em branco, esperando o traço livre do meu lápis de cor.

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